Mostrando postagens com marcador Cotas Raciais. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cotas Raciais. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Nobel de Economia defende cotas raciais como medida temporária


Por: GIULIANDER CARPES
O economista James Heckman, vencedor do Prêmio Nobel de economia no ano 2000, deu palestra na manhã desta segunda-feira na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, onde falou sobre investimento educacional na primeira infância. Durante seu pronunciamento, Heckman mostrou-se partidário da adoção de cotas raciais ou sociais para entradas nas universidades. No entanto, o economista frisou que o ideal é que as medidas afirmativas não sejam adotadas de uma forma definitiva.
"As cotas já se mostraram de certa forma eficazes nos Estados Unidos, há estudos que mostram isso. A utilização delas é que eu acho que não pode passar de uma geração. O ideal é que haja um investimento maior na educação infantil para que se dê condições iguais de as pessoas acessarem as universidades", afirmou. No final de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou constitucional o sistem de cotas nas universidades brasileiras.
O professor da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, também mostrou estudos que apontam a eficácia de se investir nos primeiros anos de vida das crianças, principalmente de 0 a 6 anos, uma faixa que costuma receber menos incentivos dos governos. "A taxa de retorno nesta faixa de idade é de 7 a 10% maior que nas outras, o que é uma taxa muito boa", disse o pensador, que ponderou, no entanto, que os incentivos educacionais na primeira infância em geral não são responsáveis por um aumento no QI (quociente de inteligência).
Heckman garante que a taxa de retorno dos investimentos em educação vai caindo conforme a idade da pessoa vai aumentando. "Os mais jovens têm uma maleabilidade maior e é mais difícil mudar as formas de estímulo de adultos. As sociedades costumam investir mais tarde nas pessoas, mas o ideal seria focar nos primeiros seis anos de vida. É claro que este é um investimento que não tem a ver com a escola, mas sim a pré-escola".
Mesmo com essa visão econômica da educação, Heckman mostrou-se partidário da adoção de cotas raciais ou sociais para entradas nas universidades. No entanto, o economista frisou que o ideal é que as medidas afirmativas não sejam adotadas de uma forma definitiva. "As cotas já se mostraram de certa forma eficazes nos Estados Unidos, há estudos que mostram isso. A utilização delas é que eu acho que não pode passar de uma geração. O ideal é que houvesse um investimento maior na educação infantil para que se dê condições iguais de as pessoas acessarem as universidades", afirmou.
O estudo do professor americano vai ao encontro do que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pretende melhorar no País. "Nós precisamos de fato de políticas públicas para a primeira infância. Tentamos olhar o conjunto e este é o momento que dá a sustentação para os demais. Hoje nós temos 23,6% das crianças em creches e 80,1% na pré-escola. Só que menos de 3% das crianças abaixo da linha de pobreza estão nas creches. E para isso que temos de encontrar uma solução", disse o ministro.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Questão das cotas raciais nas universidades brasileiras foi votada hoje!


STF decide, por unanimidade, pela constitucionalidade das cotas raciais
Supremo julgou ação do DEM que questionou sistema de cotas da UnB.

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) validou nesta quinta-feira (26) a adoção de políticas de reserva de vagas para garantir o acesso de negros e índios a instituições de ensino superior em todo o país. O tribunal decidiu que as políticas de cotas raciais nas universidades estão de acordo com a Constituição e são necessárias para corrigir o histórico de discriminação racial no Brasil.

Em dois dias de julgamento, o tribunal discutiu a validade da política de cotas raciais adotada pela Universidade de Brasília (UnB), em 2004, que reserva por dez anos 20% das vagas do vestibular exclusivamente para negros e um número anual de vagas para índios independentemente de vestibular. O DEM, autor da ação contra as cotas raciais, acusou o sistema adotado pela instituição de ensino, no qual uma banca analisa se o candidato é ou não negro, de criar uma espécie de “tribunal racial”.
Outras duas ações na pauta do STF, que não começaram a ser analisadas, abordam cotas raciais combinadas com o critério de o estudante vir de escola pública. Elas devem ser analisadas na semana que vem, segundo o presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto.