quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Projeto propõe incluir crimes da ditadura como tema no currículo escolar

Um projeto de lei que prevê a inclusão do tema "a ditadura militar no Brasil e a violação dos direitos humanos" no currículo escolar de estudantes do ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos tramita na Comissão de Educação (CE) da Câmara dos Deputados.

A proposta chamada Iara Iavelberg, do deputado Renato Simões (PT-SP), visa alterar a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394/96) e colocaria, dentro da disciplina de história, temas como "os movimentos de resistência", "as graves violações dos direitos humanos pelo regime de exceção", "a corrupção" e "o legado autoritário da ditadura e os resquícios na sociedade".

Para o autor do projeto, é preciso que a historiografia oficial apresente os acontecimentos no período: "Esse é um tema esquecido. Mesmo para pessoas que viveram aquele período, a censura resultou em um desconhecimento total do que acontecia. Nas novas gerações é mais grave. Não houve um esforço até o momento de inserir esse conteúdo".

Na opinião do deputado, o pedido de alguns grupos isolados pela volta ao regime militar se deve ao desconhecimento do que aconteceu à época: "Precisamos tomar cuidado porque quando há descontentamento total da política, responde-se com autoritarismo. Por isso, é preciso olhar o passado para entender o presente e projetar o futuro", afirma.

Para o professor da UnB, José Otávio Nogueira, a medida se faz necessária para compensar desigualdades de informação passadas. "Houve um silêncio muito grande sobre o assunto. Uma lei poderia acelerar o processo e, inclusive, fomentar a produção sobre a ditadura", aponta.

Nogueira, que é coordenador dos estudos da Comissão da Verdade da universidade, destaca que processo parecido se deu na obrigatoriedade do estudo da história da África nas escolas. "Até aquele momento, tínhamos um ensino de história medieval eurocêntrico. A lei fez com que o currículo se ampliasse", diz.

O projeto de lei foi entregue para a Comissão de Educação (CE) no último dia 20 de agosto.

Pontos de atenção

 

Apesar de ser a favor da aprovação do projeto, o professor Nogueira faz a ressalva de que é preciso fazer alguns ajustes para a implementação nas escolas e isso pode levar tempo: "Será preciso transformar o material de pesquisa em livros didáticos. Isso poderia demandar tempo. O melhor caminho é, se aprovada a lei, o MEC realizar debates com educadores".
"Outro problema é que muitos conteúdo ficam jogados para o final do ano. A iniciativa é boa, mas tem que ver a aplicabilidade", acrescenta Nogueira.

Por outro lado, uma professora da UnB, que preferiu não se identificar, se mostrou preocupada com a iniciativa. "Há dois pontos complicados. O primeiro é que não há consenso entre historiadores sobre o que houve ditadura. Além disso, a lei curricular não deveria empurrar temas tão específicos. Imagina o que aconteceria se começassem a aprovar todo conteúdo das aulas", diz.


Iara Iavelberg

A escolha do nome Iara Iavelberg para "batizar" a lei se deve à ativista política que acabou morta pelos militares em 1971.

"Nós escolhemos porque ela é muito simbólica em uma história que foi desmontada. A versão do suicídio foi tão hegemônica que ela não foi enterrada em campo santo judeu. Houve todo um processo de recontar a história dela. Para mim, ela simboliza o objetivo da lei. Dar a versão dos vencidos da história" aponta.

Tramitação

A proposta faz parte de uma série de medidas adotadas após a instauração da CNV  (Comissão Nacional da Verdade). "Há muitos projetos de revisão e memória na Câmara devido ao que foi apurado na Comissão da Verdade e também por causa dos 50 anos do Golpe Militar de 1964. E esse é um deles", aponta Simões.

A tramitação do projeto ficou prejudicada por causa das paralisações deste ano no Congresso por causa da Copa e Eleições. Porém, o deputado afirma que será feito um esforço para aprovar a lei na Câmara.

Se aprovada com acordo, a discussão vai direto da Comissão de Educação para o Senado. Se os partidos mais conservadores não participarem da discussão, a votação deve acabar indo para o Plenário da Câmara e pode ficar apenas para 2015.

Fonte: Uol Educação

 


 


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Mostra de trabalhos reúne produção do Pibid/UEPG

Coordenadores, supervisores e bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) movimentaram as dependências da Central de Salas de Aula (Campus de Uvaranas) e Bloco ‘B’ (Campus Central), nesta terça-feira (11). A programação da IIII edição da ‘Mostra de Trabalhos Pibid’ registrou a apresentação de pôsteres e trabalhos pedagógicos que foram produzidos nas três edições. São 14 projetos desenvolvidos em 30 escolas públicas estaduais e municipais, com envolvimento de cerca de 300 alunos das 13 licenciaturas ofertadas na UEPG.

A ‘Mostra de Trabalhos’ apresentou aos participantes cerca de 50 pôsteres e 100 trabalhos distribuídos entre materiais didáticos, jogos interativos, trabalhos sobre a copa do mundo, instrumentos musicais, livros, experiências, quadros de pintura, gravuras, máscaras, adaptação da gravura em isopor, jornal, entre outros. Participaram da abertura da mostra, na Central de Salas, o reitor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas, pró-reitor de graduação Miguel Archanjo de Freitas Júnior e a coordenadora institucional do Pibid Maria Odete Vieira Tenreiro.
Ao destacar a realização da mostra, o reitor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas comenta que, além da importância dos recursos que são repassados pelo governo federal para o programa,a mola mestra do Pibid é o entusiasmo e comprometimento dos alunos, professores orientadores e gestores. “É isso que nos motiva lutar cada vez mais para que o Pibid seja uma grande alternativa para a formação dos nossos professores”.

Para o pró-reitor Miguel Archanjo, a mostra revela um pouco de tudo o que eles desenvolvem no cotidiano e traz uma pequena parcela do que os alunos têm contribuído com o programa. “Isso nos auxilia a perceber o quanto o Pibid tem nos influenciado positivamente na formação dos futuros profissionais, na atualização daqueles que já estão no cotidiano da escola e na interrelação entre universidade e sociedade”.
Maria Odete Tenreiro comenta que os 380 pibidianos (alunos, professores UEPG, professores da rede pública) fazem a diferença na vida pessoal e nos espaços (escola) onde são desenvolvidas as ações. A professora reconhece e evidencia que o sucesso do trabalho só tem se dado pela dedicação e comprometimento de todo o grupo do Pibid.

A professora Maristel Nascimento (Colégio Regente Feijó – disciplina Matemática) comenta que, por trabalhar em uma escola do ensino médio tradicional, encontrava dificuldade em ministrar o conteúdo. Então buscou no programa o auxílio que precisava. “Inscrevi-me no programa e trouxe o Pibid para a escola. Com a atuação dos bolsistas do programa foram desenvolvidos vários jogos que facilitaram consideravelmente o aprendizado. Conseguimos realizar muitas atividades que julgava impossíveis. Com isso, o desempenho dos alunos melhorou muito. Os acadêmicos do Pibid são ótimas influências para os alunos da escola. Eles têm quebrado barreiras no colégio, organizando cartazes nas paredes, murais, etc”.
Tânia Aparecida Pedroso (Colégio Arnaldo Jansen) destaca que a participação do Pibid na escola ajuda ambos os lados. “A troca de experiências entre alunos e professores ajuda muito no processo de aprendizado, eles desenvolvem o raciocínio, se tornam mais críticos”.

Os acadêmicos João Ricardo Santos e Fernanda Loch, do curso de Licenciatura em História, desenvolveram dois projetos no Colégio Estadual José Elias da Rocha com os temas ‘70 anos da escola e 25 anos da Fanfarra’ e ‘Educação para uma cidadania política’. “Foi muito interessante trabalhar estes temas com os alunos, pois no caso da fanfarra eles se veem como personagens da escola”, diz João Ricardo.

Já o outro projeto, que trata de política, foi desenvolvido no 2º turno da campanha eleitoral. “Trabalhamos com os alunos do ensino médio, criamos títulos de eleitores fictícios, simulando uma votação no 2º turno para presidente. 
O resultado foi divulgado uma semana após o resultado das eleições”, comenta João Ricardo. “O objetivo foi ajudar na formação de uma consciência política. 
Obtivemos bons resultados”, completa, destacando que esses projetos são positivos no sentido de que podem contribuir para as outras disciplinas.

Fernanda Loch, aluna do 1º ano de História, comenta que é essencial esse contato com os professores em sala de aula e, mais importante, é perceber a interferência na vida dos alunos. “Eles cobram da gente, perguntam o tempo todo, escolhem o conteúdo a ser aprendido e todas as atividades desenvolvidas dentro do programa com os alunos como jogos interativos, passeios, visitas, tornam o conteúdo mais fácil de ser assimilado”.
Fonte: Portal UEPG

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

22 portais com conteúdos digitais para o professor usar em sala de aula

A Ação Educativa, em parceria com a Wikimedia Foundation, mapeou e analisou 22 portais com recursos educacionais digitais online, no estudo "Recursos Educacionais Abertos: o campo, os recursos e sua apropriação em sala de aula".

Conheça abaixo esses 22 portais que oferecem materiais digitais para o professor usar em sala de aula.

Ambiente Educacional Web 
Banco Internacional de Objetos Digitais
Biblioteca Digital do Centro de Trabalho Indigenista
BN Digital
Brasiliana Digital
BVCH - Biblioteca Virtual de Ciências Humanas - Sociedade da Informação
Educopédia
Edumatec
Escola Digital
FEB - Federação de Repositórios Educa Brasil
Khan Academy (em português)
M3 Matemática Multimídia
Mobile L Tecnologia Educacional/
NOAS
Plataforma Democrática - Biblioteca Virtual
Portal Dia a Dia da Educação
Portal do Professor
Portal Domínio Público
RIVED - Rede Interativa Virtual de Educação
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

Pensamentos práticos para melhorar nossas escolas

Vamos pensar nas estratégias que podemos implementar no cotidiano para sempre evoluir na relação instituição, educadores, famílias e alunos, trazendo benefícios a todos.
Se a escola se forma como uma comunidade e se insere nesta, tal atitude reflete nas aulas e trabalhos dos alunos e este crescimento e envolvimento traz benefícios para as famílias. Podemos pensar em maneiras práticas de melhorar nossas escolas e de incrementar as cidades e comunidades em que vivemos junto aos nossos alunos. Alguns pensamentos podem ajudar nessa iniciativa e fazer com que as crianças e os adolescentes percebam desde cedo o valor do que aprendem, criando uma visão solidária, de partilha:
  • "Como podemos usar isto que aprendemos para melhorar nosso mundo?"
  • "O que falta aqui onde vivemos?"
  • "O que podemos fazer com relação a isto?"
Isso os leva a serem até mais felizes, pela sensação de pertencerem ("Nós, somos mais importantes do que cada um"), de terem valor ("Eu faço a diferença") e se envolverem com causas que são maiores do que eles.
Dentro desta perspectiva, estamos comprometidos ainda com a felicidade. Esta não depende somente de sorte ou de contingências externas, mas também do modo como percebemos nosso valor, a importância e o significado do nosso trabalho e o nosso estilo de vida. Felicidade é algo que vem de dentro para fora, depende da autogestão pessoal e profissional. Fazemos isso com bom humor e animação em sala de aula, usando vitalizadores – contos, mitos, histórias, magia – e oferecendo bons estímulos aos sentidos dos alunos, como músicas, aromas e sensações.

Há ainda quem acredite que felicidade é algo que deve estar distante da sala de aula, que aluno bom é aquele que fica calado. Porém, a cada dia surgem novos estudos demonstrando que o estado de felicidade é benéfico ao cérebro, às emoções, às relações humanas e, consequentemente, também ao aprendizado.
Finalmente, temos compromisso com o brilho nos olhos. Educar é algo para ser feito com entusiasmo e orgulho. É preciso despertar em nossos educandos a consideração por si mesmo, o gosto pela vida e o amor pelo futuro, de forma que eles busquem aprender para agregar valor ao mundo e para fazerem a diferença. Devemos manter a energia positiva dentro de nós mesmos e semear o gosto pelo bem máximo que nos fez evoluir até aqui, a educação. Sem ela, não teríamos sequer sobrevivido na história. Com ela, tocamos a eternidade.

Os biólogos explicam que nosso desejo de evoluir se deu graças ao sistema de recompensa do cérebro, que dispara dopamina, o neurotransmissor da felicidade, quando aprendemos algo. Já aqueles que acreditam em "algo mais" entendem que este sistema cerebral que nos leva a buscar mais da vida foi um presente de Deus para que o Homem, ao ensinar, ao criar, ao amar, tivesse um breve momento de luz e compreendesse, pelo prazer, o que é, de verdade, viver. Vida às nossas escolas!

Fonte: Leo Fraiman - Uol Educação