De acordo com Levy (2000, p. 126), a Internet se constitui
“[...] o grande oceano do novo planeta informacional”, o principal meio de
circulação de informações na atualidade, que pode propiciar a interação com
diferentes modos de representação e imagens, diferentes indivíduos, diferentes
espaços e unicidade de tempo, configurando-se como um importante ambiente
colaborador no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes.
Silva Filho (1998) se posiciona de modo semelhante ao
considerar que as p ossibilidades e os limites do uso da Internet, no processo
educativo, serão definidos pela qualidade das interações na relação
professor-estudante no processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos escolares.
Esclarece que a Internet pode se constituir em meio auxiliar, facilitador do
ato pedagógico, possivelmente contribuindo para ampliar e diversificar as
experiências de vida dos estudantes, para a democratização da informação, do
conhecimento e das relações.
Desse modo, concordamos com Freire (2003) que a Internet
representa uma ferramenta de aprendizagem que inaugura novas formas de gerir as
informações, de produzir conhecimentos, podendo inserir os estudantes em uma
nova cultura que vá além de informações e horizontalize relações
sócio-culturais, levando a uma crescente descentralização de um poder reservado
e praticado por poucos, co nfigurando-se, assim, como uma ferramenta de
comunicação que pode propiciar a aquisição de valores, saberes e conhecimentos,
sistematizados ou não.
Embora essa ferramenta esteja sendo introduzida nas escolas
ainda de modo lento, surge não apenas como uma nova ferramenta capaz de
promover acesso à informação, mas como uma tecnologia capaz de abrir novas
possibilidades de conhecimento e de relação com o conhecimento, gerando
reflexões sobre os novos caminhos do processo de ensino-aprendizagem (GARCIA,
BRITO e PURIFICAÇÃO, 2003).
Assim como Behrens (2003), entendemos que a Internet pode
ser utilizada como um recurso de aprendizagem múltipla em que se aprende a ler,
a buscar informações, a pesquisar, a comparar e a analisar, possibilitando aos
estudantes dar significados próprios as informações adquiridas, à medida que
contribui para desenvolver sua habilidade de considerar os fatos e fenômenos
sobre diversos ângulos. Nesse processo, o professor é aquele que assume a
atitude de orientador das atividades dos estudantes, no sentido de dinamizar a
sua aprendizagem, trabalhando com eles em busca de objetivos comuns.
Percebemos, dessa forma, que a Internet apresenta-se como
ferramenta atraente, principalmente para os estudantes de 1ª a 4ª série, que
estão em uma fase de desenvolvimento bastante sensorial, uma vez que envolve
imagens, cores, sons, entre outros que, juntamente com a orientação do
professor, poderá se converter em uma estratégia poderosa no processo de
ensino-aprendizagem escolar.
Ainda um outro fator que atrai na Internet é o de
oportunizar a socialização, sem fronteira, do produto elaborado, possibilitando
que as informações disponíveis possam ser utilizadas, compartilhadas e até
reelaboradas por outros estudantes e professores de diferentes partes do mundo.
No entanto, consideramos pertinente o alerta de Cachapuz
(2005) quanto à necessidade de se atentar para posições ingênuas, que vêem no
uso da Internet a grande revolução para resolver os problemas da educação.
Longe dessa visão ingênua, reconhecemos as possibilidades de utilização da
Internet como recurso pedagógico atraente que, a partir da colaboração do
professor no espaço escolar, pode oferecer contribuições relevantes ao processo
de ensino-aprendizagem.
Rosa Oliveira Marins Azevedo
Amarildo Menezes Gonzaga
Universidade do Estado do Amazonas – UEA
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